terça-feira, 20 de outubro de 2009

VÍCIO TELEVISIVO

“A televisão me deixou burro, muito burro demais...ô, ô, ô” já diziam os Titãs. Mas não, a TV não me deixou burra não, me deixou foi de saco cheio mesmo. Domingo à noite dei o maior piti (coisa que não faz mais meu estilo há algum tempo), porque eram 2h da manhã e na televisão nova do quarto (que eu já odeio) estava rolando o insuportável futebol americano narrado pelo ainda mais insuportável Paulo Antunes (pessoa que ocupa a posição nº 2 na minha lista do ódio, logo abaixo de coco ralado e antes da televisão nova do quarto). Depois disso, andei pensando (e discutindo sobremaneira aqui em casa – adoro usar “sobremaneira”) a respeito da quantidade de coisas que deixamos de fazer criando raízes da bunda pro sofá diante da televisão. Não se “janta” mais a mesa; não se aproveita a varanda com uma boa conversa regada a uma taça de vinho; o aparelho de som não é usado mais há sabe-se lá quanto tempo (não sei nem se ele ainda liga); não se lê mais livros na mesma velocidade nem na mesma quantidade... Enfim. Não que eu ache que o padreco do casamento que fomos em Itapetininga tinha razão. Não acho que a televisão seja a “porta do inferno”, nem o “começo do fim da Família” (assim maiúsculo mesmo ele falou), não chego a tanto. Eu gosto de uma televisão, até pra me fazer companhia, ouvir uma voz humana quando eu estou sozinha, ver notícias, programinhas no melhor estilo nãoqueropensaremnadaagora, enlatados americanos para chorar desesperadamente pela mocinha. Eu curto. Mas tudo o que é demais estraga. E me enjoa também. Decidimos começar um exercício aqui, claro, sem neuroses, mas vamos tentar diminuir um pouco esse vício de todo dia nos aboletarmos no sofá e deixarmos sempre para amanhã, depois de amanhã, um dia desses, nunca talvez, aquele monte de coisas que poderiam (e até deveriam) ser feitas agora: ouvir música no escuro, arquivar todas as contas pagas dos últimos 2 anos, tomar um banho demorado à luz de velas, fazer um curso sobre algum assunto interessante (profissional ou não), alimentar um blog, separar para doação as roupas que não usamos mais, ler poesia, escrever um haicai idiota mas que você achou lindo, bater um papo, namorar mais vezes na semana, ligar pra sua mãe ou para aquela tia que mora lá no interior do Rio Grande do Sul, conversar com seu amigo solteiro pelo MSN sobre a Ana, a Rebeca, a Raquel, a Juliana e o estilo chiclete dele que as fez sumir em dois dias de namoro, qualquer coisa que te traga um prazer mais real e te mostre que a vida é o que acontece fora do que captam as antenas e cabos da TV, e é ótima!

Um comentário:

  1. Dani!!!!!!

    ADOREI este post. Mto bom! E vc tem toda a razão! TV às vezes cansa. A gente se acostuma a chegar em casa e ligar, em vez de fazer outra coisa!
    Nas minhas férias em set, eu e o marido fomos pra praia, ficamos no litoral norte, bem tranquilo, praticamente vazio, sem TV e sem internet.
    No começo me deu um desespero, rs, mas depois entrei no clima e foi tão bommmm! Fizemos mtas coisas das que vc mencionou aí: lemos mais e tomamos vinho conversando tbm, durante hoooras, entre outras, rs!
    Vale a pena parar e desligar o botão automático!
    Bjos, flor!

    Ci.

    ResponderExcluir