segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

TUDO BEM NO ANO QUE VEM

Esta época de final de ano tem sido tão esquisita pra mim ultimamente... Pode ser que esquisita esteja eu na crise dos trinta ou que eu fique ainda mais esquisita nessa época e que o fim do ano não tenha culpa absolutamente nenhuma disso – coitados dos anos. Pode ser que isso afete todo mundo, em graus e estilos diferentes. Não sei bem. O que eu sei é que nestes dias finais dos últimos anos eu tenho sentido uma urgência sufocante dentro de mim, uma necessidade quase ridícula de, depois daquela meia-noite, me tornar uma heroína superpoderosa para criar uma nova condição de vida, um novo eu e realizar coisas novas de um jeito novo. E eu gosto tanto do novo... Meu corpo fica cheio de adrenalina, como se estivesse às vésperas de tomar um choque. Um choque que, em tese, me dará uma energia insana de sair por aí fazendo todas as milhões de coisas que eu não fiz nos últimos doze meses. Tenho mil ideias, sinto uma disposição atípica, uma vontade louca de ser mais corajosa com tudo, de ser menos preguiçosa, de encarar os obstáculos como pecinhas de Lego, de acreditar mais na minha capacidade e de fazer planos, de pensar, pensar, pensar sem parar. Minha cabeça já não pára normalmente, mas, nessa época, vira um turbilhão incontrolável. Eu preciso anotar as coisas. Acordo de noite para fazer isso sob pena de simplesmente não conseguir dormir. Escrevo textos que me vêm à mente, elaboro novos planos, faço contas e listas. Ah, as listas. Listo tudo aquilo que passo a ter certeza absoluta de que será o melhor a fazer e o que “preciso”, imperiosamente, realizar. Sinto uma excitação, uma felicidade, uma vontade de sair correndo, voando, uma potência enorme dentro de mim pronta a disparar. É uma agitação interna deliciosa, não cansa e me faz lembrar como me sentia há uns anos atrás todos os dias, não só nos dias que antecedem o 31 de dezembro. Mas depois... logo no dia 1º é como se eu fosse possuída por uma entidade, um espírito zombeteiro e pessimista, me assombrando sob a alcunha de “Realidade”. E aquela pessoa disposta e até mais bonita que eu me tornara nos últimos dias vai desaparecendo do espelho. Eu começo a procurar desesperadamente por ela. Ela estava ali há um segundo, não pode ter ido tão longe! Volte, por favor! Eu gosto tanto dela... E, de repente, eu me sinto só e transformada. Quase triste. Passo a pensar todo o tempo no que eu acho que não sou capaz de fazer, nos empecilhos, nas dificuldades, no que “não pode dar certo”, no que é “arriscado demais” e fico ali, cabisbaixa, quase com pena de mim mesma (argh!), acreditando piamente em limitações que são, de fato, muito menores do que eu as imagino. Como alguém pode ter essa capacidade de mudar tanto e tão rápido de atitude, de humor, de pensamento e de disposição como eu? Todo ano tem sido assim e eu não entendo, simplesmente não entendo. E não aceito mais. É por isso que para este ano eu tenho um plano. Vou escrever tudo agora, deixar registrado tudo o que passa dentro de mim, todo esse ânimo e motivação. E vou fotografar essa pessoa para revê-la sempre, mesmo que ela suma do espelho, para que eu possa todo o ano, todos os dias, me lembrar do que gosto de ser verdadeiramente, do que eu quero e preciso ser. E, desta vez, tenho certeza, tudo vai ficar bem no ano que vem.

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